Vitórias
deixam Romney perto da indicação republicana
Por Steve Holland
MILWAUKEE, Estados
Unidos, 4 Abr (Reuters) - Mitt Romney deu na terça-feira um grande salto rumo a
se tornar o candidato presidencial republicano nos Estados Unidos ao vencer com
facilidade o rival Rick Santorum nas disputas de Wisconsin, Maryland e
Washington DC.
Os resultados
devem intensificar a pressão da cúpula partidária pela desistência de Rick
Santorum, para que Romney possa se preparar para a difícil batalha de novembro
contra o presidente Barack Obama, democrata candidato à reeleição.
Em seu discurso de
vitória em Milwaukee, Romney ignorou Santorum e deu o tom do que será a
campanha da eleição geral, fazendo duras críticas a Obama por sua gestão
econômica e pelo preço da gasolina.
"É suficiente
para fazer você pensar que anos voando por aí no Air Force One, cercado por uma
equipe adoradora de verdadeiros crentes lhe dizendo como você está fazendo um
grande trabalho, bem, isso pode ser suficiente para deixar você um pouco alienado",
disse Romney.
Num claro sinal de
que Obama também acredita na indicação de Romney, ele o citou nominalmente num
discurso com forte tom partidário na terça-feira, criticando-o por apoiar uma
proposta de cortes orçamentários.
"Um dos meus
potenciais adversários, o governador Romney, já disse esperar que uma versão
similar desse plano do ano passado seja introduzido como lei no primeiro dia da
sua presidência", afirmou Obama em discurso a executivos da imprensa,
referindo-se ao plano que previa cortes no sistema Medicare e em outros
programas federais voltados para idosos e pobres.
"Ele disse
que apoiaria muito esse novo orçamento e chegou a chamá-lo de 'maravilhoso',
que é uma palavra que a gente não costuma ouvir quando se trata de descrever um
orçamento."
A campanha de
Obama também lançou um anúncio atacando Romney, ex-executivo do setor
financeiro, por apoiar empresas petrolíferas, algo que Romney imediatamente
ridicularizou.
"Aí o
presidente lançou um anúncio ontem falando do preço da gasolina e de como ele
está alto. E adivinha quem ele culpou? Eu!", disse Romney em Wisconsin.
"Talvez
depois de eu ser presidente eu poderei assumir a responsabilidade pelas coisas
que eu possa fazer de errado. Mas este presidente não quer assumir a
responsabilidade por seus erros."
"APAGAR DAS
LUZES"
As três derrotas
de terça-feira põem o conservador Santorum em sérios apuros. Ele está bem atrás
de Romney em termos de verbas para a campanha e na contagem de delegados para a
convenção nacional de agosto.
"Acho que é o
apagar das luzes para Santorum", disse o estrategista republicano Ron
Bonjean. "Ele pode manter uma campanha secundária pelos próximos dois
meses, mas os holofotes estão brilhando sobre Romney."
Santorum promete
permanecer na corrida pelo menos até 24 de abril, quando a disputa se transfere
para seis Estados, inclusive a Pensilvânia, pelo qual foi senador e onde lidera
as pesquisas.
Romney é favorito
nos demais cinco Estados e planeja investir pesado na campanha da Pensilvânia.
A CNN estima que
Romney tenha agora 640 delegados para a convenção nacional, contra 264 de
Santorum. Isso significa que ele já passou da metade dos 1.144 convencionais
necessários para assegurar a indicação.
A estratégia de
Santorum é impedir que Romney consiga a maioria absoluta de delegados, de modo
que a convenção de agosto na Flórida tenha margem para negociações decisivas
entre os pré-candidatos.
(Reportagem
adicional de Jeff Mason, Sam Youngman, Deborah Charles e Lily Kuo)
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