A Batalha do Jenipapo
A Batalha do Jenipapo foi decisiva para adesão do
Piauí à independência do Brasil. É notável destacar, também, a importância do
movimento emancipacionista de Parnaíba, a 19 de outubro de 1822, liderado por
João Cândido de Deus e Silva, coronel Simplício Dias da Silva, capital Domingos
Dias da Silva, José Ferreira Meireles, capitão Bernardo de Freitas Caldas e o
tenente Joaquim Timóteo de Brito. Importante porque afastou de Oeiras, a 13 de
novembro, o comandante das Armas da Província do Piauí, o brigadeiro João José
da Cunha Fidié, para combater, a 18 de dezembro, os patriotas parnaibanos.
Fidié encontrou Parnaíba então ocupada por tropas fiéis ao governo de Portugal,
vindas do Maranhão.
O
grito de independência dos líderes parnaibanos, os acontecimentos históricos
decorrentes dele que culminaram com a Batalha do Jenipapo, a 13 de março de
1823, deixaram o comandante português preocupado. no dia 13 de dezembro de
1822, seis patriotas atacam a Casa da Pólvora, em Oeiras, e com chibatas surram
os guardas lusitanos.
Leonardo
Castelo Branco, a 22 de janeiro de 1823, em Piracuruca, em frente da Igreja de
Nossa Senhora do Carmo, proclama a adesão do Piauí à independência do Brasil,
fiel ao imperador Dom Pedro I, depois de prender a guarnição militar portuguesa
deixada ali pelo major João José da Cunha Fidié, quando de sua passagem com
destino à Parnaíba.
Com
Fidié ausente de Oeiras, cresce a ansiedade dos piauienses na capital da
Província. Fica apreensiva, igualmente, a Junta de Governo leal à Corte de
Lisboa, que pede a volta do comandante português. A conspiração dos piauienses,
liderada pelo brigadeiro Manoel de Sousa Martins, toma corpo na Vila da Mocha e
no dia 24 de janeiro de 1823, lança o brado de aclamação da independência e de
saudação ao Imperador do Brasil. Fidié deixa Parnaíba, à frente de sua tropa,
engrossada por contingentes e peças de artilharia que receberá do Maranhão.
Enfrenta escaramuças de 1.500 piauienses e cearenses em Piracuruca.
Em Campo Maior os patriotas Francisco Inácio da Costa, José Francisco Miranda
Osório, José Marques Freire, Luís de Sousa Fortes Bustamante Sá e Meneses
Simplício José da Silva, Luís Rodrigues Chaves, João da Costa Alecrim, José
Antônio da Cunha Rebelo Cardoso e Alexandre Nery Pereira Nereu, comandando
cerca de 3.000 combatentes, entre vaqueiros, juízes, roceiros, agregados,
escravos, negros alforriados, índios, mestiços e peões, preparam a resistência
a Fidié. Todos sem experiência militar e sem armas apropriadas, mas, sobretudo,
a vontade extrema de defender a liberdade do Piauí e da Pátria.
Por volta das nove horas da manhã do dia 13 de março de 1823, os patriotas
enfrentam as tropas portugueses às margens do rio Jenipapo. O major Fidié
venceu o combate, encerrado à duas horas da tarde, mas perdeu boa parte de suas
peças de artilharia. Sem condições de combate, Fidié desiste de marchar sobre
Oeiras, deixa Campo Maior, passa por Estanhado (União), atravessa o rio
Parnaíba, e acampa no Morro das Tabocas, hoje Alecrim, em Caxias, no Maranhão.
(*) Jornalista, historiógrafo e presidente da
Alresc (Academia de Letras da Região de Sete Cidades)
FONTE: http://www.potyguar.com.br/piaui/index_arquivos/abatalha_do_jenipapo.htm
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